Tratamento de efluentes: saiba qual é a diferença entre DBO e DQO
Publicado em 13 de outubro de 2020 | Atualizado em 22 de outubro de 2022Conforme pesquisa do departamento de censo dos Estados Unidos, atualmente o crescimento populacional gira em torno de 1,3% ao ano. Diante de uma taxa de crescimento elevada, até quando os recursos naturais conseguirão sustentar a população mundial? Outra questão pertinente é sobre a poluição, um dos resultados da exploração dos recursos naturais pela população. Por isso, o tratamento de efluentes é um recurso usado por indústrias, empresas e pelo agronegócio para evitar a contaminação das águas (hidrosfera), do solo (litosfera) ou do ar (atmosfera). Neste artigo, vamos abordar essa temática, explorando os conceitos de DBO e DQO, resíduos e efluentes, bem como as legislações aplicáveis. Que tal conferir? Continue lendo e fique por dentro desses assuntos!
Saiba o que são os resíduos e os efluentes
Os efluentes industriais são resíduos poluentes nocivos às pessoas e ao meio ambiente. Por isso, é necessário tratá-los antes de serem lançados na natureza, ação que se tornou obrigatória, de acordo com o ordenamento jurídico vigente. Sendo assim, as indústrias são obrigadas a tratar esses elementos de acordo com a legislação brasileira, bem como caracterizar e entender os seus parâmetros.Compreenda a importância do tratamento dos efluentes industriais
As propriedades dos materiais dependem do ramo de atividade desenvolvido pela empresa, além da operação e da matéria-prima. Para análise dos parâmetros, o efluente é coletado e remetido para um laboratório especializado, que o caracteriza e emite um laudo técnico. Adiante, mencionaremos alguns dos benefícios de seguir as normas do nosso país.Preservação do meio ambiente
O tratamento de efluentes e resíduos é um processo da máxima importância para a preservação do meio ambiente e para evitar penalidades e prejuízos à empresa geradora. O tratamento varia conforme os atributos físicos, químicos e biológicos do material, que é a caracterização dele.Saúde da população
Para garantir a saúde e a segurança de quem vive em suas imediações, as instalações industriais devem fazer o tratamento dos seus efluentes antes de permitir que atinjam o solo e as águas. Os resíduos são gerados por quase todos os tipos de indústria, desde a agricultura até a manufatura.Proteção da fauna
Os resíduos industriais podem impactar negativamente não apenas a flora e a fauna locais, mas também os trabalhadores que entram em contato com esses agentes nocivos. Assim, o tratamento dos efluentes industriais no Brasil é uma maneira de melhorar a qualidade de vida das populações humanas e animais.Impacto positivo nos oceanos
A poluição no oceano pode vir de várias fontes, mas algumas das maiores são as estações de tratamento de águas residuais que lidam com efluentes industriais, os quais são lançados nos rios ou no oceano antes de fazer o seu processo de tratamento. Por isso, os oceanos do mundo inteiro já estiveram gravemente poluídos com produtos químicos, que causaram a perda de biodiversidade e prejudicaram a vida marinha. Sendo assim, é crucial tratar efetivamente os efluentes industriais antes que eles tenham impacto em outros ecossistemas.Confira a legislação que trata sobre o tema
Existe uma série de legislações que tratam sobre o tratamento de efluentes. O órgão que regulamenta o manejo de efluentes é o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Observe, abaixo, as mais importantes leis aplicadas no nosso país e fiscalizadas pelos órgãos competentes.Resolução nº 357/2005
Por meio da Resolução nº 357/2005, o CONAMA definiu parâmetros referenciais para tratar os efluentes. Desse modo, qualquer líquido só pode ser lançado no meio ambiente, de forma direta ou indireta, dentro dessas normas.Lei nº 9.433/1997
Também, é interessante consultar a Lei nº 9.433/1997, conhecida como Lei das Águas. Ela fala sobre as variáveis de qualidade da água que recebem os efluentes já tratados.Lei nº 12.305/2010
Não podemos deixar de falar da Lei nº 12.305/2010, que determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ela ajuda no gerenciamento de resíduos e na conscientização sobre os impactos nocivos que eles provocam no meio ambiente.CONAMA nº 430/2011
Já o CONAMA nº 430/2011 define parâmetros, condições, diretrizes e padrões para o gerenciamento adequado de efluentes que não devem ser lançados diretamente nos corpos de águas receptores.Entenda como ocorre a caracterização e os parâmetros
O laboratório caracteriza o material conforme suas propriedades e analisa parâmetros como: temperatura, pH, óleos e graxas, materiais sedimentáveis e outras substâncias solúveis. Veja, a seguir, alguns detalhes relevantes a serem considerados na indústria.Condição térmica
A temperatura determina a condição térmica de um corpo, ou seja, define o nível de movimentação das partículas dos efluentes. Temperaturas altas são decorrentes de muita agitação das partículas.Oxigênio dissolvido
A temperatura pode interferir no total de oxigênio dissolvido na água. Quanto mais alta a temperatura, menor o total de oxigênio dissolvido, o que influi no metabolismo de microrganismos existentes na água.Valores de pH
O pH mensura o total de íons positivos de hidrogênio (H+) na solução. Na escala comum, os valores de pH variam entre 0 e 14, sendo que 7 é considerado o valor ideal (nem ácido, nem básico).Neutralização de cargas
O conceito de autodepuração está associado ao nível de pH, ou seja, a neutralização de cargas poluentes que resultam de diferentes processos biológicos, físicos e químicos. Uma alteração relevante no nível de pH pode interferir no metabolismo dos microrganismos que cuidam da autodepuração da água, gerando problemas.Compostos químicos
Além desses, outros parâmetros envolvem elementos e compostos químicos, como:- nitrogênio e fósforo (aplicados para enriquecer o solo na agricultura);
- cianetos (usados em indústrias químicas, mineradoras e no processamento de metais);
- metais pesados (antimônio, cádmio, cromo, arsênio, cobre, mercúrio, chumbo e outros);
- óleos e graxas (usados em indústrias de petróleo e de óleos comestíveis, laticínios, matadouros, oficinas mecânicas e lava jatos);
- fenóis (usados para produzir borracha, desinfetantes, tintas, resinas, colas e catalisadores);
- tensoativos (detergentes, sabões e outros produtos que diminuem a tensão superficial da água).
Conheça os conceitos relacionados a DBO e DQO
DBO e DQO também são parâmetros analisados pelos laboratórios. Com sua ajuda, mede-se qual o potencial de poluição de fontes em um efluente. Abaixo, mencionaremos detalhadamente o significado de cada uma dessas siglas.Significado de DBO
DBO significa Demanda Bioquímica de Oxigênio e está associada à quantidade de oxigênio que os processos biológicos precisam para degradar a matéria orgânica. A DBO elevada significa que existe muita matéria orgânica no efluente. A DBO baixa pode significar que não há poluição nem microrganismos decompositores ou, ainda, que os decompositores não têm capacidade para decompor a matéria. O teste padrão, o DBO5,20, equivale ao oxigênio consumido na degradação do material orgânico pelo período de 5 dias e a uma temperatura de 20ºC.Conceito de DQO
DQO é a Demanda Química de Oxigênio e se refere à quantidade de oxigênio que os processos químicos precisam para degradar os materiais orgânicos. A DQO alta significa que o material orgânico consome muito oxigênio no processo de degradação. A DQO baixa significa o inverso. A análise de DQO leva menos tempo que a de DBO. Os resultados costumam sair em 2 horas. Com finalidades operacionais, a DQO é mais aplicada. Deve-se ressaltar que a DQO sempre é mais alta que a DBO, pois a última se refere apenas a materiais biodegradáveis, enquanto a primeira se aplica a qualquer matéria passível de oxidação.Descubra como é feito o tratamento de efluentes
Os tratamentos de efluentes incluem atos aplicados com a finalidade de purificar, resfriar ou alterar sua condição de nocividade. Quando o processo é feito corretamente, o lodo gerado durante o pré-tratamento é estabilizado pela adição de produtos alcalinos. Os tratamentos podem ser físico-químicos ou biológicos.Tratamentos físico-químicos
Os que usam processos físico-químicos são destinados a tratar:- poluentes inorgânicos;
- óleos e graxas;
- metais pesados;
- matérias orgânicas não-biodegradáveis (tanino, lignina e celulose);
- sólidos sedimentáveis;
- sólidos em suspensão por coagulação-floculação;
- sólidos dissolvidos por precipitação química e formados a partir de oxidação química.
Tratamentos biológicos
Já o tratamento biológico é recomendado em sólidos voláteis, sejam em suspensão, sejam dissolvidos. É o que acontece, por exemplo, com o tratamento biológico de efluentes industriais, que reduz o percentual de carga orgânica no material.Tratamentos de sólidos
Os tratamentos de resíduos sólidos requerem o uso de tanques de sedimentação, mas antes de entrar em um clarificador por gravidade, efluentes se depositam de acordo com seu peso específico na água. Uma vez que os sólidos tenham assentado, os líquidos restantes são liberados.Veja algumas diferenças entre tratamentos com DBO e DQO
Geralmente, o DBO mede a quantidade de material solúvel, como os compostos orgânicos que estão presentes em uma amostra de água. O DQO quantifica o material dissolvido, por exemplo, metais ou gases presentes no ambiente.Aplicação prática
Vamos analisar alguns exemplos para comparar a aplicação prática de DBO e DQO. Em um sistema de lodos ativados com prolongada aeração, a DBO oferece uma eficiência de remoção muito alta: entre 90% e 95%.Resíduos sólidos
Usando coagulação-floculação no tratamento de esgotos, a DBO oferece remoção com eficiência entre 50% e 75%. A maioria dos sólidos em suspensão é retirada e resta boa parte dos sólidos dissolvidos.Material biodegradável
O melhor tipo de tratamento resulta da avaliação de DBO e DQO. Nos casos em que a DQO for igual ou inferior ao dobro da DBO, provavelmente uma boa parte do material orgânico é biodegradável e ele pode ser tratado pelos métodos biológicos tradicionais. Caso a DQO ultrapasse o dobro da DBO, provavelmente a maior parcela do material não é biodegradável e se recomenda os métodos físico-químicos (precipitação química e coagulação-floculação).Destino apropriado
Portanto, DBO e DQO são parâmetros indispensáveis na hora de decidir qual será o tratamento dado a resíduos e efluentes. Assim, se garante a preservação do meio ambiente e da segurança da população, já que os materiais terão o destino mais apropriado. Você já sabe: o tratamento de efluentes é responsabilidade do gerador de resíduos. Para não correr riscos de poluição ambiental e ameaça à saúde das pessoas, o ideal é apostar na terceirização do tratamento de efluentes e delegar essa tarefa a uma empresa especializada. Talvez tenha chegado o momento de pensar em uma proposta para sua organização. Gostou deste conteúdo? Então, obtenha mais informações sobre a oportunidade de terceirizar o tratamento de efluentes na sua empresa. [sc name=”rc_form_news_conteudo”]Você também pode gostar

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