Plano ABC: entenda o que é e como funciona
Publicado em 30 de maio de 2023 | Atualizado em 22 de março de 2023As mudanças climáticas são um assunto que deve estar na pauta de todo mundo, sobretudo para quem as oscilações nas chuvas e nos períodos de estiagem pode trazer impacto econômico. Esse é o caso, por exemplo, de todos os agricultores. Nesse sentido, a implementação do chamado Plano ABC e a promoção de tecnologias que permitem o desenvolvimento de agriculturas de baixa emissão de carbono é fundamental para acontecer a metas propostas para reduzir o impacto do aquecimento do planeta. Diante da preocupação que o assunto gera e das dúvidas que o Plano ABC pode gerar para quem toca o dia a dia de uma cultura, é fundamental compreender os principais pontos sobre o tema para tirar o melhor proveito possível dessa política pública. Por isso, este conteúdo traça um panorama sobre o tema, com aquilo que você não pode deixar de saber. Boa leitura!
O que é o Plano ABC?
O Plano ABC, cujo nome oficial é “Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura” é uma estratégia que visa ampliar a adoção de estratégias que promovam a agricultura de baixo carbono (expressão que forma a sigla ABC, inclusive). Para entender melhor os propósitos do Plano ABC, é fundamental dar alguns passos atrás e compreender porque afinal de contas o clima do planeta está mudando e qual o papel da ação humana sobre isso. De forma geral, a Terra sempre se beneficiou do chamado “efeito estufa”: por meio dele, parte do calor do Sol que chega ao planeta fica retido pela atmosfera, garantindo que as temperaturas registradas no planeta sejam mais agradáveis. Sem o efeito estufa, é provável que o planeta fosse mais frio e menos propício a diferentes formas de vida. Contudo, com o tempo diversas atividades humanas passaram a desregular esse mecanismo, ainda que lentamente. Essa mudança foi acentuada sobretudo a partir do momento em que a humanidade passou a lançar na atmosfera grandes quantidades dos chamados gases do efeito estufa (também chamados de GEE). Numa comparação bastante simples, é como se esses gases engrossassem o cobertor que reveste a superfície do planeta, fazendo com que ele retenha mais calor. Entre os gases de efeito estufa mais comuns (e, logo, mais danosos) estão o dióxido de carbono, o metano e o óxido nitroso. Todos eles são consequência da atividade industrial, do uso de veículos a combustão ou da produção agrícola/pecuária. Assim, a partir que a quantidade desses gases na atmosfera cresceu, a temperatura do planeta também subiu, no processo conhecido como “aquecimento global”. À medida que ele avança, gera uma série de mudanças climáticas. Se nada for feito, elas se tornarão mais intensas e irreversíveis, desregulando o clima de todo o planeta. No longo prazo, isso pode resultar em chuvas cada vez mais volumosas, secas inesperadas e toda uma variedade de eventos climáticos extremos imprevisíveis. Por isso, agir é fundamental. Nesse contexto, o Plano ABC e todos os seus desdobramentos tem como missão ajudar os produtores a controlar suas emissões de carbono, ampliando a produtividade e alcançando melhores resultados.Quais são os objetivos do Plano ABC?
O Plano ABC originou começou a vigorar em 2010 e já passou por diversas atualizações. Com as primeiras metas concluídas, a nova versão do documento passou a ser chamada de Plano ABC+ e vigora até 2030. De forma resumida, os objetivos do Plano ABC giram em torno de pontos como:- recuperação de áreas degradadas, em especial pastagens;
- integração lavoura-pecuária-floresta e de sistemas agroflorestais;
- incentivo aos sistemas de plantio direto;
- promoção da fixação biológica de nitrogênio;
- cultivo de áreas florestais;
- tratamento de rejeitos animais;
- adaptação às mudanças climáticas.
Quais são as estratégias previstas para alcançar essas propostas?
Entre as estratégias previstas nas diretrizes propostas até 2030 dentro do Plano ABC+ estão incluídas ações de:- fortalecimento do acesso do produtor à tecnologias;
- estímulo à pesquisa e a adoção de tecnologias sustentáveis de produção;
- reconhecimento dos produtores capazes de adotar métodos sustentáveis (por meio de certificações, por exemplo);
- fortalecimentos dos recursos financeiros vinculados a práticas sustentáveis;
- aprimoramento do acompanhamento das soluções implementadas, mensurando a sua eficiência;
- incentivo à regularização das propriedades rurais.