Dessalinização da água já é realidade?
Publicado em 8 de julho de 2016 | Atualizado em 9 de junho de 2022Com sede? Que tal um copo refrescante de água do mar? Não, não leve isso ao pé da letra! Como você deve saber, os seres humanos não podem beber água salina. Mas e a possibilidade de dessalinização da água do mar? Não é uma má ideia, não é mesmo? Afinal, 97% da água do planeta Terra está na forma salina, então, com isso, poderíamos dar adeus ao fantasma da falta de água. O processo de transformação da água salgada em doce, chamado de dessalinização da água, está sendo cada vez mais utilizado em todo o mundo visando fornecer água potável às pessoas. Alguns países, como o Brasil,têm um amplo acesso a fontes de água doce, mas outras partes do mundo não têm a mesma sorte. Além disso, com o constante crescimento populacional, a crise hídrica é uma grande preocupação, o que aumenta a busca por alternativas de água potável. Quer saber um pouco mais sobre a dessalinização da água? Então continue a leitura!
O que torna a água salina?
A água é considerada salina quando contém quantidades significativas (referidas como concentração) de sais dissolvidos. Neste caso, a concentração é a quantidade (em peso) de sal na água, tal como expresso em partes por milhão (ppm). Se a água tem uma concentração de 10.000ppm de sais dissolvidos, então, 1% do peso da água vem de sais dissolvidos. Mesmo a água doce possui sais dissolvidos em pequenas quantidades. Eis os parâmetros de salinidade da água:- Água doce – menos de 1.000ppm
- Ligeiramente salina – De 1.000ppm a 3.000ppm
- Moderadamente salina – De 3.000ppm a 10.000ppm
- Altamente salina – De 10.000ppm a 35.000ppm.
Obstáculos à dessalinização da água
Um obstáculo simples que precisa ser superado para a dessalinização da água é a remoção do sal. Pode parecer fácil. Talvez esse problema seja resolvido apenas por um processo em que se fervam alguns litros de água salina, capture-se o vapor e se condense a água, o que nada mais é do que um resumo do processo de destilação. Outros métodos estão disponíveis, mas os processos tecnológicos atuais devem ser feitos em larga escala para serem úteis a grandes populações. E eles são caros, de alta intensidade energética e envolvem grandes instalações.A dessalinização da água não é ciência moderna
Dessalinização/destilação é uma das formas mais antigas que a humanidade encontrou para tratamento de água e, atualmente ainda é a solução mais utilizada em todo o mundo. Nos tempos antigos, muitas civilizações utilizavam esse processo em seus navios para converter água do mar em água potável. Hoje, usinas de dessalinização da água são utilizadas para converter água do mar em água potável a bordo de navios e em muitas regiões áridas do mundo e para o tratamento de água em locais onde seu consumo é impedido por contaminantes naturais e não naturais. A destilação talvez seja a tecnologia de tratamento de água que mais reduz completamente um maior número de contaminantes que tornam a água imprópria para beber. Na natureza, o processo é a base do ciclo da água: a energia solar faz a água de lagos, oceanos e rios evaporar. O vapor d’água, eventualmente, entra em contato com o ar mais frio, se condensando e formando orvalho ou chuva. Esse processo pode ser imitado artificialmente e mais rapidamente do que na natureza. Uma das alternativas existentes é por Osmose inversa: Este processo foi criado pelo Labdes, e este equipamento pode ser ajustado de acordo com as condições locais de cada região, tanto socioculturais como econômica. Nesse caso, segundo o professor, “o processo por osmose inversa tem sido o mais viável e utilizado em diversos países, desde o final da década de 1960”.Em Israel já existe essa tecnologia
Em junho de 2010, Israel inaugurou sua terceira usina de dessalinização localizada na cidade de Hadera, no qual foi considerada a maior usina de dessalinização por osmose reversa do mundo. Sua captação de água é feita direta pelo Mar Mediterrâneo, a expectativa é que a usina produza 127 milhões de metros cúbicos de água por ano – quantidade suficiente para atender um sexto da população israelense, equivale a água potável para um de cada seis israelenses.