Chorume é a parte líquida que se origina dos processos biológicos, químicos e físicos que resultam da decomposição de resíduos orgânicos.
Conhecido tecnicamente como líquido percolado, tem cor escura e cheiro forte característicos, que denunciam a capacidade que tem para causar danos ao meio ambiente.
Como é resultado dos processos de decomposição orgânica, o líquido apresenta baixíssima biodegradabilidade, o que o torna uma ameaça de alto risco. Quer saber como fazer o tratamento de chorume? Veja a seguir:
Composição
Além de matéria orgânica, o chorume contém elementos altamente tóxicos como o cádmio, cobre, cobalto, chumbo, mercúrio e arsênio.
Em contato com o solo pode contaminar a terra, tornando-a imprópria para a existência da flora e para a manutenção da fauna, e infiltrar até os lençóis freáticos, afetando a qualidade das águas subterrâneas que formam as nascentes, as cisternas e os poços artesianos.
Os cursos d’água também podem ser afetados, podendo acarretar a morte de peixes e de outros organismos da fauna aquática.
Necessidade de tratamento
Em áreas onde há alta concentração de matéria orgânica em decomposição a capacidade de danos ao meio ambiente por contaminação por chorume é elevada e todas as medidas de precaução devem ser tomadas.
Nos aterros sanitários, por exemplo, não basta a contenção e o isolamento do terreno dos riscos de contato do chorume com o meio ambiente, o que deve ser feito em conformidade com a
NBR 8419/1992, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que dispõe sobre a construção de aterros sanitários no Brasil.
Afinal, o tratamento do chorume é a solução que viabiliza a transformação da substância em uma série de compostos estáveis. Parte dele poderá, inclusive, ser utilizado como adubo orgânico.
O tratamento biológico de chorume
O tratamento biológico do chorume constitui como uma alternativa de alta eficiência que ocorre na presença de microrganismos aeróbios que se alimentam dos compostos orgânicos, transformando a matéria orgânica decomposta em material que pode ser aproveitado na agricultura.
Após a coleta no aterro, o chorume é encaminhado para uma instalação onde há uma série de etapas de tratamento. Na primeira delas, o líquido passa por um conjunto de grades que retêm os sólidos de volumes maiores.
Em seguida, o chorume é direcionado para a caixa de areia, onde é feita a separação de sólidos mais finos, que não foram retidos no gradeamento. Como esse material retido na caixa de areia não pode ser reaproveitado em nenhum processo, ele retorna para o aterro sanitário para descarte final.
Depois da filtragem na caixa de areia, o material em tratamento é levado a lagoas aeradas, onde ocorre a decomposição biológica propriamente dita em tempo médio de três dias.
Na lagoa é mantido o nível adequado de oxigênio que permitirá a existência dos microrganismos aeróbios que vão digerir a matéria orgânica, fazendo a decomposição do material presente no sistema.
No fim do processo, são formados pequenos flocos que seguirão para outra lagoa, onde ocorrerá a decantação do material mais pesado que formará uma camada de lodo no fundo.
Como o líquido que permanece em suspensão já está em conformidade com as normas ambientais vigentes, ele pode ser descartado nos rios ou rede coletora.
O lodo que se acumula no fundo da lagoa de decantação, por sua vez, é dragado ainda em uma forma bastante líquida, com 3% de sólidos. Por isso, recebe um polímero que aumenta o volume dos flocos e os torna mais firmes, levando o material ao estado pastoso, com cerca de 20% de sólidos.
Na etapa final do processo, aquela pasta é encaminhada para composteiras, onde passará por uma etapa final de tratamento, sendo transformada em um adubo rico em nutrientes essenciais para as lavouras.
Assim, pelo tratamento biológico do chorume, o líquido que tinha grande potencial poluidor se transforma em uma solução para agricultura.
Quer saber mais sobre o tratamento de chorume? Ficou com alguma dúvida? Deixe aqui o seu comentário! Você também pode gostar
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