A soja é uma das principais commodities brasileiras. Para se ter uma ideia, em 2021 o Brasil ocupou o posto de maior produtor mundial do grão, com uma produção de mais de 135 milhões de toneladas e uma área plantada de cerca de 38 milhões de hectares, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab. E parte de tamanha produtividade certamente vem do aperfeiçoamento do ciclo da soja.
Por isso, para entender melhor quanto tempo dura o ciclo da soja, quais etapas o compõem e que fatores interverem ao longo de todo processo, da plantação até a colheita, é só prosseguir com a leitura, que traz tudo o que você precisa saber sobre o assunto.
Afinal, o que é o ciclo da soja?
O ciclo da soja é o conjunto de etapas e processos que envolve desde o momento em que as sementas da cultura são plantadas até o momento da colheita depois da maturação completa do plano. Existem diversos modelos de ciclo, mas o mais adotado hoje no Brasil foi desenvolvido nos anos 70, por influência dos pesquisadores Fehr e Caviness.
A padronização do desenvolvimento da soja em um ciclo com diversas etapas facilita o planejamento do produtor, como também agiliza o trabalho de todos aqueles que lidam com a lavoura.
Qual o tempo do ciclo da soja?
Em média, o ciclo da soja pode durar entre 100 e 160 dias, de acordo com variáveis como o clima, solo, cultivar escolhido ou mesmo região em que a plantação é feita. Ciclos comerciais, por sua vez, costumam ter os intervalos encurtados e normalmente duram entre 115 e 125 dias.
Todavia, períodos maiores ou menores do que esse não indicam que há um
problema com sua lavoura. Mais importante do que a duração do ciclo é compreender cada etapa e concentrar esforços para obter sucesso na colheita.
Quais são as etapas do ciclo da soja?
O modelo de ciclo da soja mais empregado no Brasil hoje tem duas etapas principais: a fase vegetativa e a fase reprodutiva, dentro do qual de cada um há uma série de subdivisões, descritas a seguir. Para fins de classificação, para ser considerada dentro de determinado estágio, pelo menos metade das plantas cultivadas em uma área deve estar dentro daquela fase.
Fase vegetativa
Na fase vegetativa, o desenvolvimento da planta é dividido em estágios nomeados pela letra V, acompanhando de um número ou uma outra letra. Desse modo, temos as etapas VC, VE, V1, V2, V3 e Vn.
Os dois primeiros estágios da fase vegetativa representam a emergência acima do nível do
solo do chamado cotilédone, as primeiras folhas embrionárias da planta, em um ângulo de 90º em relação aos hipocótilos, o eixo embrionário do caule. Eles são representados por VE e VC. No VC, os cotilédones já estão expandidos e abertos, o que representa o início da fase numerada.
Na fase numerada, o número após o V representa a quantidade de nós superiores desenvolvidos por completo. Ou seja, V1 indica um nó, V2 , dois nós, e assim sucessivamente. O último nó é representado pelo Vn.
Fase reprodutiva
Encerrada a fase vegetativa, as plantas entram nos seus estágios de maturação e florescimento. Cada uma das etapas dessa fase é representada pela letra R, acompanhado de um número que vai de 1 a 8.
Em R1 e R2 a planta dá seus primeiros sinais de florescimento, para depois em R3 e R4 haver o desenvolvimento da vagem que abrigará os grãos. Ao final do estágio 4 espera-se que as vagens estejam integralmente desenvolvidas.
Em R5 acontece o início do desenvolvimento dos grãos e em R6 os grãos já estão formados, mas ainda verdes. Nesse ponto do crescimento é que as vagens vão atingir seu peso máximo. Por fim, em R7 e R8 acontece a maturação dos grãos. Ao final do R8, 95% das vagens apresentam coloração madura.
É nesse momento que a colheita pode ser feita, desde que o teor de água na soja esteja entre 15 e 16%. Dependendo das circunstâncias, pode ser feita a dessecação da lavoura para adiantar a colheita. Todavia, tal procedimento depende de
herbicidas e se for feito no momento errado pode gerar perdas de produtividade.
O que afeta o ciclo da soja?
Como não poderia deixar de ser, a interação entre ambiente espécie vegetal escolhida para cultivo certamente influenciará no andamento do ciclo. Logo, é preciso conhecer os aspectos que tem interferência em tudo isso.
A temperatura é um exemplo disso. A soja se dá melhor com amplitudes que variam entre os 20º C e 30º C. Calor acima disso e frio abaixo dessa marca podem prejudicar o desenvolvimento das plantas.
O mesmo vale para a quantidade de água: o ideal é que o suprimento hídrico para as plantas na área cultivada gire em torno de 450 a 800/mm. Se houver escassez de água principalmente no momento do desenvolvimentos dos grãos pode haver prejuízos a
produtividade.
O desenvolvimento da soja também se beneficia de períodos mais curtos de exposição a luz solar. Dias muito longos podem atrasar o desenvolvimento da lavoura. De qualquer forma, com bom manejo dos recursos disponíveis, é possível fazer o cultivo do grão em duas ou três safras por ano.
Isso envolve, por exemplo, manter a qualidade do solo em dia, com todos os
nutrientes necessários para o desenvolvimento da cultura e com o PH ajustado para as preferências da planta, variando sempre entre 6 e 6,5. Além disso, é preciso considerar a boa estrutura do solo, para garantir a infiltração da água e o desenvolvimento adequado das raízes das plantas.
No mais, é preciso cuidar do manejo da lavoura, monitorando a
presença de doenças e pragas que podem atingir o cultivo, adotando as soluções necessárias antes que o problema se espalhe e prejudique o sucesso do cultivo sem maiores transtornos, que é o que todo produtor deseja.
Conhecer cada etapa do ciclo da soja e tudo o que pode interferir nele certamente é fundamental para o produtor planeje o investimento necessário no cultivo. Com isso, é possível obter ganhos de produtividade, tornando cada vez mais esse grão uma estrela da agricultura nacional.
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